Dona da melhor moto do grid, a Yamaha tem uma posição privilegiada na mesa de negociações. Lorenzo já avisou que quer renovar e tem a Ducati como único possível destino alternativo — e muito por razões financeiras, já que a escuderia não se recusaria a abrir o cofre se tivesse a chance de contar com um piloto de ponta. É verdade é que essa experiência não deu muito certo antes, mas a Desmosedici não é mais a mesma moto de alguns anos atrás.
Rossi, por outro lado, ainda precisa decidir o que quer do futuro. O italiano já sinalizou que pode renovar seu contrato por uma última vez e a ligação com a casa de Iwata é cada vez mais estreita. A VR46 do italiano é agora responsável por produzir todo o merchandising do time dos três diapasões e a fábrica nipônica fechou uma parceria com o piloto para apoiar a Academia de Pilotos VR46 não só com o fornecimento de motos — YZR-R3 e YZ250R —, mas também indicando pilotos asiáticos para workshops com o multicampeão e seus pupilos.
Na Honda, Márquez e Dani Pedrosa também serão agentes livres no mercado, mas não há grandes razões para antever mudanças, especialmente no caso do primeiro.
Para Dani, a possibilidade de deixar o time amparado pela Repsol já vem sendo ventilada há alguns anos, e o espanhol, certamente, seria um ativo valioso para qualquer equipe.
Nesse cenário, a KTM aparece em vantagem, uma vez que conta com o envolvimento de Mike Leitner, ex-chefe de equipe de Pedrosa. Ainda assim, é cedo para previsões. Dani ainda não conseguiu o sonhado título da classe rainha, mas é, indiscutivelmente, um dos melhores pilotos do grid e pode ser uma ajuda valiosa para a Honda na tentativa de recolocar a RCV no eixo.
Na Ducati, Andrea Iannone parece ter uma posição mais sólida, mas Andrea Dovizioso terá de se empenhar se quiser seguir frequentando a casa de Bolonha. O irregular 2015 não deixou o #04 em uma posição das mais favoráveis.
Do lado da Suzuki, Maverick Viñales é alvo do interesse de praticamente todo mundo. Melhor estreante na temporada passada, o espanhol impressionou durante toda a pré-temporada, é visto como um dos grandes talentos de sua geração e pode optar por deixar o time comandado por Davide Brivio se encontrar nas fábricas rivais a condição ideal para alcançar o título da categoria máxima do motociclismo.
A mudança mais completa, por assim dizer, pode acontecer na Tech3, onde Pol Espargaró e Bradley Smith já foram publicamente cobrados pelo chefe Hervé Poncharal por melhores resultados.
A atuação da dupla, contudo, não é a única razão para uma eventual mudança. Equipe satélite da Yamaha, a Tech3 define seu line-up em conjunto com a marca nipônica, que também já admitiu ter sua mira na direção de Álex Rins. O jovem espanhol fez uma boa temporada de estreia na Moto2 em 2015 e está na lista de favoritos ao título dos pesos médios neste ano.
Na Aprilia, Álvaro Bautista e Stefan Bradl também terão de disputar a vaga à tapa, já que Sam Lowes já está garantido no time em 2017. Como parte do acordo, o britânico vai correr pela Gresini na Moto2 nesta temporada