Queira Sebastian Vettel ou não, a guerra psicológica faz parte da F1. Lewis Hamilton conquistou neste sábado (13) a pole-position na pista, sim, mas não perdeu a oportunidade de fazer ligeira provocação ao rival antes do GP da Espanha. O piloto da Mercedes levou a melhor por apenas 0s051 e já fez questão de intimidar o da Ferrari sobre a largada na pista de Barcelona.
Em mais uma grata surpresa dos novos donos da F1, a coletiva dos pilotos deixou de ser naquela sala padronizada da Austrália a Abu Dhabi, com os três melhores do dia, e se mudou direto para a linha de chegada — com direito até a participação do sétimo colocado Fernando Alonso. Ali mesmo, no grid de largada, os pilotos vivenciaram o calor da torcida espanhola, e coube a Hamilton o divertido papel de ‘vilão’ diante do ‘mocinho’ Vettel.
Vettel brincava com o fato dos dois postulantes ao título serem primeiro e segundo, mas era para ficar de olho no vencedor da última corrida Valtteri Bottas, que largará da terceira colocação. Ao melhor estilo ‘brincadeira com fundo de verdade’, Hamilton disse que era para ficar mesmo preocupado com Vettel, que já havia adotado ‘procedimento incomum na largada’. No GP da China, há duas corridas, o piloto posicionou sua Ferrari com o pneu direito no limite do colchete e irritou Hamilton, que naquela oportunidade saiu na frente de qualquer forma.
Cadê a Williams?
Muito se diz que a Williams briga com a Red Bull para ser a terceira força do campeonato. Nada feito. Felipe Massa passou com muita dificuldade para o Q2 e conseguiu a nona colocação, ficando atrás até da McLaren do 'milagreiro' Fernando Alonso. O pior mesmo, como não poderia deixar de ser, ficou por conta de seu companheiro de equipe Lance Stroll. O canadense ficou apenas na 18ª posição, antepenúltimo do grid.
O desempenho atrás de uma McLaren e uma Force India, no caso de Massa; e atrás de duas Haas, duas Renault e duas Sauber no caso de Stroll, torna-se ainda mais preocupante na pista espanhola. Justamente por lá, as equipes testaram tudo que foi possível antes mesmo de a temporada começar. A Williams, inclusive, desempenhou bom papel por lá e deixou a ilusão de que poderia fazer algo mais. Por isso, era de se esperar que a equipe conhecesse todos os segredos em Barcelona.
Ainda nos treinos livres, Massa já havia dado o recado que o circuito seria cruel com os carros do time inglês. Em ótima fase técnica e mental, o brasileiro terá mais uma vez tirar tudo do carro para chegar só em uma posição intermediária. Do outro lado, as Red Bull seguem à sombra de Mercedes e Ferrari.
Dono da festa
Que Alonso é um ótimo piloto, todo mundo sabe. Daí a colocar esta McLaren na sétima posição, era impensável. O espanhol fez a alegria dos fãs que lotaram as arquibancadas de Barcelona ainda que atualmente não tenha mais condições de brigar pela vitória — a última da carreira foi exatamente na Espanha, conquistada há quatro anos.
Na sexta-feira, Alonso chegou a enfim elogiar o motor Honda. Depois de dois anos e meio, as palavras foram ainda um pouco tímidas, o que dá indícios de que a relação pode não ser tão boa assim. Haja visto por exemplo, a penúltima colocação do seu companheiro Stoffel Vandoorne.